tag:blogger.com,1999:blog-78624435789433394682024-03-05T11:58:11.352-03:00a superior educaçãosobre a educação superior, sua história e atualidade ao redor do mundo.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-7862443578943339468.post-22952453677800613042013-06-29T13:47:00.000-03:002013-06-29T13:49:37.755-03:00a história não contada de oxford e cambridge<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkhJAfqOeOif8hvCqlcB4yqu3gUFNXAPAeVfrrxVNzI2XDAGJCYdmJVBIpb8BS8mUgePL97EnBXzIUMjTo2eUFYPzrkht9i_g2FJNQCG4aS_0ZKO9U1T0zyfWn-tlT8Tj6gTQtCyvzsOnO/s1514/ClareCollegeAndKingsChapel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkhJAfqOeOif8hvCqlcB4yqu3gUFNXAPAeVfrrxVNzI2XDAGJCYdmJVBIpb8BS8mUgePL97EnBXzIUMjTo2eUFYPzrkht9i_g2FJNQCG4aS_0ZKO9U1T0zyfWn-tlT8Tj6gTQtCyvzsOnO/s1514/ClareCollegeAndKingsChapel.jpg" height="262" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Clare College, University of Cambridge</td></tr>
</tbody></table>
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<br /></div>
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Engana-se quem pensa que a história da universidade é um mar de rosas e diz respeito apenas a questões acadêmicas. Por mais que a universidade tenha sido uma instituição fechada em si mesma até pouco tempo, sua origem e desenvolvimento se deram na base ou como resultado de diversas disputas políticas. Obviamente, cada instituição terá sua história de fundação, umas menos conflituosas e pacíficas que outras, o que, definitivamente, não é o caso da Universidade de Cambrigde, cujo início está ligado nada mais nada menos que a um episódio de assassinato. Abaixo o relato, extraído de <i>The First Universities</i>², de Olaf Pedersen:</div>
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<br /></div>
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<i>A história documentada da Universidade de Oxford começa com um episódio similar, embora com um resultado diferente, graças às condições na Inglaterra àquela época. No começo no século XIII, a situação era influenciada por persistentes tentativas do Rei João (1199-1216) para aumentar seu poder, internamente sobre os nobres, quanto sobre a Igreja, cujo papa à época era o poderoso Inocêncio III (1198-1216). Essa disputa levou a um Interdito</i>¹ <i>geral na Inglaterra em 1208 e à excomunhão do rei em 1209. Aconteceu, então, durante o inverno de 1208-1209, de um estudante assassinar acidentalmente uma garota dentro dos limites da cidade, num lugar chamado Maiden Hall, após o que ele fugiu desaparecido. A cidade levantou-se em grande furor, e quando o assassino não ter sido encontrado, seu quarto foi invadido, e dois ou três de seus companheiros foram capturados e mais tarde enforcados fora da cidade com aprovação do rei.</i></div>
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<i><br /></i></div>
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<i>A princípio, a justiça com as próprias mãos levou ao esvaziamento da universidade. Obviamente, nem a cidade nem o rei estavam interessados em preservar a lei. De acordo com narrativas da época, mas sem dúvida exageradas, não menos que 3 mil estudantes e professores deixaram a cidade e se estabeleceram em outro lugar. Alguns foram a Londres, outros a Canterbury e muitos mais continuaram seus estudos em Paris. Simultaneamente, um outro grupo se estabeleceu em Cambridge, possivelmente na medida em que eram originalmente de lá. Enquanto outros mais tarde retornaram a Oxford, esse último grupo permaneceu em Cambridge, e em 1229 o rei Henry III (1216-1272) passou a oferecer refúgio na Inglaterra e a possibilidade de estudar em Cambridge, entre outros lugares, para estudantes em exílio de Paris. Um ano mais tarde um </i>chancellor <i>é mencionado em Cambridge. Assim, eventos em Oxford causaram a fundação da Universidade de Cambridge, do mesmo jeito que Oxford tinha crescido enormemente a partir do êxodo de Paris em 1167.</i></div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: x-small;">¹ O Interdito era um dispositivo papal que se impunha sobre uma comunidade inteira: a uma cidade ou todo o reino. Significava o fechamento de todos os edifícios da Igreja e a suspensão de todas as atividades eclesiásticas dentro de área afetada por ele.</span></div>
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<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
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<span style="font-size: x-small;">² Olaf Pedersen. The First Universities: Studium generale and the origins of university education in Europe. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7862443578943339468.post-92105680125914448922013-06-07T12:41:00.000-03:002013-06-07T12:41:30.472-03:00aprendizado, tecnologia e surpresas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7gUxg_wuj9cvMZYbdZzldZSIO85tgVJsQW-CRf5rcL6cAOCpTTpdHVzvRwYulNsYOsX35zWyB5oV8DY5yq-rSxdRrvCNIe_7NAzQ60jYGNryvo-MlkueqOMVYVRb6FCkcBfx6kk-Kdpi_/s1600/800px-Colloque_scientifique_international_portant_sur_les_TIC_en_%C3%A9ducation_-_02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7gUxg_wuj9cvMZYbdZzldZSIO85tgVJsQW-CRf5rcL6cAOCpTTpdHVzvRwYulNsYOsX35zWyB5oV8DY5yq-rSxdRrvCNIe_7NAzQ60jYGNryvo-MlkueqOMVYVRb6FCkcBfx6kk-Kdpi_/s1600/800px-Colloque_scientifique_international_portant_sur_les_TIC_en_%C3%A9ducation_-_02.jpg" height="266" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
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Antes de entrar no mestrado, tive a ilusão de que meus temas de estudos seriam menos amplos do que na graduação, especialmente por vir de uma área bastante diversificada como a Psicologia. Mas como disse, somente ilusão mesmo. A despeito da etiqueta de <i>stricto sensu</i>, fato é que de estrito não há nada no mestrado, ao menos não antes de iniciar a dissertação. Há disciplinas a cumprir que cobrem uma relativamente extensa parte do conhecimento da área, daí que pipocam autores, ideologias e teorias os mais diversos. E mesmo que tivéssemos um percurso curricular estritamente estrito, é impossível concentrar-se apenas numa linha de investigação, num conhecimento específico. Quer dizer, possível é, há trabalhos monográficos. Mas eu, particularmente, não concebo aprendizagem sem diálogos, vínculos e extrapolações disciplinares e curriculares. Creio, inclusive, que esta é uma tendência pedagógica. Só creio...</div>
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<br /></div>
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Bom, tudo isso para dizer que estou envolvido num MOOC (<i>Massive Open Online Course</i>), em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na Educação, o que, a princípio, fugia totalmente dos meus interesses investigativos. E para minha segunda grande surpresa, estou me vendo participar de uma atividade em espanhol, língua à qual mantive desinteresse e resistência por boa parte dos meus dias. De fato, estou aproveitando bastante o curso, que é oferecido pela <i><a href="http://www.unam.mx/">Universidad Autónoma de México</a></i>, na plataforma <i><a href="https://www.coursera.org/">Coursera</a></i>, a qual recomendo, inclusive, o acesso. Há bastante coisa legal sendo oferecida por lá.</div>
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<br /></div>
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Gostaria, enfim, com certa aderência à proposta de <i>a superior educação, </i>de compartilhar então um outro blogue que serve de apoio à construção do projeto final do curso, onde venho postando reflexões sobre as TIC na Universidade Federal da Bahia:</div>
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<i><br /></i></div>
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<a href="http://educacion-tec.blogspot.com.br/">http://educacion-tec.blogspot.com.br/</a></div>
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<br /></div>
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<i>Como dice el dicho, la vida nos da sorpresas!</i></div>
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<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7862443578943339468.post-55568330509641043152013-05-17T10:23:00.000-03:002013-05-17T19:36:02.079-03:00beca à beça<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh45DmlmfuFjsXiZCF15FOIcvCdCiYcbuPEKJg1ixBozMQBaCHGmagLVacW6vD14T99uaLw6z5IZu9kDTZhq3v57xJf4i-fUeF6mw4FHgUv-CznVVjrUyHfbufqBUo_l3nonJmnxErhxKq6/s1600/Encaenia_2009.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh45DmlmfuFjsXiZCF15FOIcvCdCiYcbuPEKJg1ixBozMQBaCHGmagLVacW6vD14T99uaLw6z5IZu9kDTZhq3v57xJf4i-fUeF6mw4FHgUv-CznVVjrUyHfbufqBUo_l3nonJmnxErhxKq6/s1600/Encaenia_2009.jpg" height="272" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Chancellor </i>da University of Oxford, em cerimônia acadêmica</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Com a chegada da minha formatura, me vi envolvido com todo o protocolo de uma colação de grau, das vestes ao juramento, e comecei a pensar algumas coisas a respeito. A primeira constatação foi certo incômodo de que hoje vivemos, em grande escala, a comercialização de tal ritual, mais do que uma verdadeira experiência do seu significado. Nada surpreendente em tempos de educação como mercadoria...</div>
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<br /></div>
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Não quero fazer uma crítica ao capitalismo e a pan-mercadorização que ele executa, no entanto, acredito ser necessário manter alguma lucidez e entender a dimensão de determinados processos sem ceder à naturalidade de uma ressignificação <span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">– </span>ou seria assignificação? <span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;">– </span>no contexto atual. Por outro lado, embora a universidade seja uma instituição milenar com algumas tradições que, em maior ou menor grau, perduram até hoje, não penso que em respeito à história devamos seguir os mesmos protocolos de 500, 900 anos atrás. Ao contrário, penso que devemos manter algum respeito pela tradição, sem, entretanto, beirar o esdrúxulo da repetição desatualizada, descontextualizada ou despropositada. Assim, inevitavelmente me vi também pesquisando sobre o significado dos símbolos acadêmicos de formatura, especialmente das vestimentas, o modo como se originaram, mantiveram durante séculos e se expressam atualmente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Pelas bandas da lusofonia, não é fácil encontrar bibliografia a respeito desse assunto. Além disso, as poucas fontes ainda pecam pela imprecisão, profusão e confusão de termos. Em inglês, ao contrário, há muitas referências sobre o assunto e até mesmo uma espécie de bíblia: <i>A History of Academical Dress in Europe until the end of the Eighteenth Century¹</i>, de W. N. Hargreaves-Mawdsley. Datada de 1963, é hoje uma obra rara. Mais difícil que encontrá-la, só saber o prenome do autor. O que é importante destacar é que no Reino Unido dedica-se mais importância senão às próprias vestes, ao menos à sua história, de maneira que há até uma sociedade especializada no que eles chamam de <i>academic dress</i>, ou seja, a indumentária característica das sonelidades acadêmicas. Trata-se da <i>Burgon Society². </i>Ah, os britânicos...</div>
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<br /></div>
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O fato é que a indumentária acadêmica não à toa deriva dos trajes eclesiásticos e é tão velha quanto a Universidade, na medida em que as primeiras delas possuíam uma tradição escolástica. Como afirma Noel Cox, a história da indumentária acadêmica é a história da educação na Europa,<i> a qual esteve intimamente ligada com a Igreja</i>³. Becas e batinas, portanto, são primas bastante próximas, senão irmãs. Chamadas vestes talares (do latim talus - tornozelo), cobriam o corpo dos ombros aos pés, e suas explicações de uso são varias: alguns pesquisadores apontam a denotação de humildade e sobriedade do traje negro, outros acreditam que era uma maneira de nivelar pobres e ricos, e outros ainda são mais pragmáticos, ou seja, eram as vestimentas mais adequadas para o clima frio da Europa.<br />
<br />
Compondo os trajes acadêmicos, vinham os adornos: chapéus, faixas, capas e aneis, os quais possuíam função distintiva, tanto hierarquicamente como em relação à área de conhecimento. Assim, a veste de um bacharel, via de regra, não seria o mesmo de um doutor. Obviamente, entre países distintos mudavam algumas peças, recortes, detalhes e cores, e mesmo de universidade para universidade havia variações.<br />
<br />
<div>
</div>
</div>
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Num primeiro momento a beca era uma espécie de uniforme cotidiano, tendo sofrido adaptações locais e temporais. A partir de finais do século XV, no entanto, seu uso já não era tão difuso, estando restrito às tradições anglo-saxônicas e ibéricas, embora por razões distintas em cada um dos casos, e com isso a tradição chega nas colônias inglesas, espanholas e portuguesas na América, onde também resistiram ao tempo.<br />
<br />
Mas não por tanto tempo, no fim das contas. Se antes a universidade era para uma pequena elite, hoje ela se abre para as camadas populares, e mesmo não podendo falar de universalização ou massificação efetivos no Brasil, tampouco pode-se dizer que permanece um privilégio restrito à classe dominante. De certo modo, essa condição oferece um impacto simbólico nas antigas tradições universitárias. Também a dinâmica das sociedades são outras, ritos e rituais se perderam ou se reinventaram, e assim algumas práticas passam a não fazer tanto sentido quanto outrora.<br />
<br />
Percorrido esse caminho histórico, certa desconfiança faz-se certeza: o século XXI não vende apenas a educação, que embora imaterial guarde certa tangencialidade, mas até a simbologia dos marcos acadêmicos. Por falar nisso, vou ali <span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px;">– </span>estou saindo para alugar minha beca...<br />
<br />
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<span style="font-size: x-small;">¹ William N. Hargreaves-Mawdsley. A History of Academical Dress in Europe until the end of the Eighteenth Century. Oxford: Clarendon Press, 1963.</span><br />
<span style="font-size: x-small;">² Página da Burgon Society: <a href="http://www.burgon.org.uk/">http://www.burgon.org.uk/</a></span><br />
<span style="font-size: x-small;">³ Noel Cox. Academical Dress in New Zealand. In: Burgon Society Annual, 2001. Disponível em: <a href="http://www.burgon.org.uk/society/library/trans/annual2001.pdf">http://www.burgon.org.uk/society/library/trans/annual2001.pdf</a></span><br />
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7862443578943339468.post-12502583361684444902013-05-09T14:18:00.001-03:002013-05-17T19:36:10.488-03:00habemus UFSBA¹<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw-PsOIXP3sgt0yaC9y4pyzPg-bGILN_L-GOVHzHm4lB5yQG4TlUOak1bf1G2lP3i4HPtYf7ETZZo6GflK_e7aKpAT99bITMdAcz4IGz6v_RfosFDcpQqYfdUJQ9RQpYxzXWabl5KvPLxH/s1600/UFSBA_0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw-PsOIXP3sgt0yaC9y4pyzPg-bGILN_L-GOVHzHm4lB5yQG4TlUOak1bf1G2lP3i4HPtYf7ETZZo6GflK_e7aKpAT99bITMdAcz4IGz6v_RfosFDcpQqYfdUJQ9RQpYxzXWabl5KvPLxH/s1600/UFSBA_0.jpg" height="282" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Após ter passado pela Câmara, foi aprovado ontem no Senado, o Projeto de Lei nº 2207/11, que dispõe sobre a criação da Universidade Federal do Sul da Bahia, a UFSBA, e agora aguarda apenas a sanção presidencial. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tendo sido projetada ao longo dos dois últimos anos, sob a tutela da Universidade Federal da Bahia, a recente instituição federal de ensino superior já representa uma transformação desse nível de ensino no país, ao propor uma estrutura acadêmica diferenciada e plano pedagógico inovador, possibilitando uma nova relação com o saber e verdadeiro compromisso ecossocial.</div>
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<br /></div>
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Muito há para ser falado sobra a UFSBA, das suas arquiteturas curriculares arrojadas ao impacto econômico para a região de instalação. Por ora, deixo que os princípios do seu Plano Orientador² falem por ela:</div>
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</div>
<br />
<ol>
<li style="text-align: justify;"><b>excelência acadêmica</b> – compromisso com a qualidade, originalidade, criatividade e relevância na produção de saberes e práticas referentes ao estado da arte da rede universitária contemporânea;</li>
<li style="text-align: justify;"><b>eficiência</b> – no sentido de uso otimizado de recursos públicos, como potencial de mais vagas em relação a docentes, instalações e equipamentos disponíveis;</li>
<li style="text-align: justify;"><b>sustentabilidade</b> – compromisso de proteção da biodiversidade e promoção de consciência ecossocial, com mobilização social e cidadania ativa, incorporado ao próprio processo de formação;</li>
<li style="text-align: justify;"><b>impacto social </b>– ampliação do acesso à educação superior, com inclusão social, destacando políticas de promoção de permanência e fomento ao êxito na formação;</li>
<li style="text-align: justify;"><b>ressonância regional</b> – maior cobertura geopolítica e rapidez de resposta na formação de graduados e pós-graduados, visando provocar efetivo impacto nos processos de desenvolvimento econômico, social e humano da Região;</li>
<li style="text-align: justify;"><b>pluralidade pedagógica e flexibilidade </b>– no duplo sentido da diversidade metodológica e de áreas de formação, implicando oferta de cursos necessários ao desenvolvimento da Região (engenharias, tecnologias industriais, saúde);</li>
<li style="text-align: justify;"><b>interface sistêmica com a Educação Básica </b>– ao fomentar formação interdisciplinar e flexível de docentes para os níveis médio, fundamental e infantil de ensino.</li>
<li style="text-align: justify;"><b>articulação interinstitucional</b> – na medida em que várias instituições públicas ofertam cursos superiores na Região, todo o planejamento institucional e acadêmico será realizado em estreita articulação e ampla consulta com as instituições, evitando assim duplicação, redundância ou desperdício de recursos públicos.</li>
</ol>
<div style="text-align: justify;">
Resta aguardar o aval da presidenta e acompanhar os trabalhos de instalação. Com a constante reflexão conceitual das suas missões e metas, é tempo de operacionalizar as ideias, para ver em funcionamento a nova universidade, cuja previsão é de receber os primeiros estudantes já em setembro de 2014.</div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: x-small;">¹ Título emprestado da notícia que foi vinculada no Portal UFBA: <a href="https://www.ufba.br/noticias/habemus-ufsba-bahia-conquista-terceira-universidade-federal">https://www.ufba.br/noticias/habemus-ufsba-bahia-conquista-terceira-universidade-federal</a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">² Naomar de Almeida-Filho et al. Plano orientador institucional e político-pedagógico da Universidade Federal do Sul da Bahia: minuta 6.0. Salvador: EDUFBA, 2012. Disponível em: <a href="http://pt.scribd.com/doc/117283898/PLANO-ORIENTADOR-DA-UNIVERSIDADE-FEDERAL-DO-SUL-DA-BAHIA">http://pt.scribd.com/doc/117283898/PLANO-ORIENTADOR-DA-UNIVERSIDADE-FEDERAL-DO-SUL-DA-BAHIA</a></span></div>
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7862443578943339468.post-76060137068162233222013-04-30T18:15:00.001-03:002013-05-09T16:57:56.251-03:00a gênese da universidade no brasil: criacionismo ou evolução?<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpdrNKohs5EgGhe_HO-z06uDVYLJXn0kWxWtu8nFrdb8vSORwRI0KCHMH85MzLRgBDgTwoZYKrHFph4lrOXZUuZEC9ApxNy8MP-q1V86_-cZpQ-6p4BHTYfbP9DmebFHi87ZjgXEeBvTVb/s1600/Faculdade_de_Medicina_da_Bahia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpdrNKohs5EgGhe_HO-z06uDVYLJXn0kWxWtu8nFrdb8vSORwRI0KCHMH85MzLRgBDgTwoZYKrHFph4lrOXZUuZEC9ApxNy8MP-q1V86_-cZpQ-6p4BHTYfbP9DmebFHi87ZjgXEeBvTVb/s1600/Faculdade_de_Medicina_da_Bahia.jpg" height="271" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto da antiga Faculdade de Medicina no Terreiro de Jesus, Salvador</td></tr>
</tbody></table>
Nasce mais um blogue, e aproveitando a deixa para assuntos de nascimento convém abordar a gênese do ensino superior. Obviamente, procedo a um recorte ao caso brasileiro, em sua condição de relativa simplicidade ao desenvolvimento desse nível de ensino no restante do mundo, que eventualmente será tratado em outra postagem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bem, antes de tudo que fique o registro de que a simplicidade é apenas relativa. Como mostram dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o Brasil em 2008 possuía um sistema de Educação Superior (ES) com uma dotação global de aproximadamente 1,4% do PIB nacional, um indicador maior que de países como a Alemanha, Itália, Espanha e a média da União Europeia¹. Deixando os números de lado, dada já a dimensão da coisa, passemos à história, a qual, infelizmente, não revela muitos fatos, ao menos não tanto quanto gostaríamos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tradicionalmente, considera-se que é com a chegada da família real no Brasil que se inaugura o ensino superior no país. Em 18 de Janeiro de 1808, é criada a Escola de Cirurgia, atual Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, em Salvador. No mesmo ano é instalada a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro. Em 1827, são criados os Cursos de Ciências Jurídicas e Sociais em São Paulo e Olinda. Completando o grupo das chamadas profissões imperiais, as Engenharias desenvolvem-se ao longo do século XIX, com a implantação de cursos e Escolas Militares, Navais e de Minas. Do modo como foram organizados esses primeiros cursos superiores, duas características são marcantes: a organização autônoma (não-universitária) e a preocupação basicamente profissionalizante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais uma vez relativizando a simplicidade do tema, problematizo adiante esse marco do ES brasileiro. Expulsa de Portugal e suas colônias em 1759, a Companhia de Jesus foi responsável pela educação colonial no Brasil, orientada religiosamente e com um modo de organização curricular que compreendia os estudos secundários e superiores, com direito a<i> cerimônias de graduação acadêmica, anel simbólico, livro de </i><i>juramento, capelo azul e quatro faculdades superiores</i>². As solenidades e rituais obedeciam ao protocolo da Universidade de Évora, em Portugal, pertencente aos jesuítas, e chegou-se a solicitar o reconhecimento do Colégio dos Jesuítas na Bahia como Universidade, o que foi negado pela Coroa Portuguesa. Óbvio, os irmãos lusos queriam ao máximo preservar sua preciosa colônia enquanto tal, negando-lhe qualquer possibilidade de crescimento intelectual, desde sempre um dos maiores medos do dominador.</div>
<div style="text-align: justify;">
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Aliás, a questão da universidade sempre foi um problema no Brasil, tanto em seu aspecto conceitual quanto de suas missões, e também do ponto de vista historiográfico. Propostas de implantação se arrastaram durante todo o período colonial, Império e primeiros anos da República, entretanto todas fracassadas, evidentemente. Somente no século XX o país vai conhecer suas primeiras instituições universitárias, ainda assim com algumas ressalvas e descontinuidades.<br />
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Primeiramente, não há consenso sobre qual teria sido a primeira universidade em solo brasileiro. Algumas fontes consideram que teria sido a Universidade do Rio de Janeiro (1920), oficialmente instituída pelo governo federal e existente somente no papel, enquanto não passava de uma reunião de três instituições de ensino superior completamente desprovidas de uma identidade gregária e universitária. Antes disso, no entanto, em 1909 havia sido criada a Escola Universitária Livre de Manáos. Posteriormente, em 1911 e 1912, respectivamente, são fundadas a Universidade do São Paulo (não se trata ainda da atual USP) e a Universidade do Paraná. Contudo, todos os três empreendimentos referidos não tiveram longa vida, deixando de existir por razões distintas. A partir daí começam a surgir as primeiras e longevas universidades: em 1927, a Universidade de Minas Gerais, e alguns anos depois, em 1934, a atual Universidade de São Paulo passar a existir.<br />
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Ao longo do governo Vargas (1930-1945) o que se viu foi o início de uma regulamentação sistemática do Ensino Superior, a exemplo da instituição do Estatuto das Universidades Brasileiras pelo Decreto nº 19.851, em 1931, pautado no forte centralismo estatal que caracterizou o período. Tal centralismo traduziu-se no campo educacional em políticas autoritárias que iam de encontro ao desenvolvimento de ideais liberais de educação, presentes em Anísio Teixeira e sua Universidade do Distrito Federal, fundada em 1935 e extinta em 1939 por decreto presidencial.<br />
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O período posterior conhecido como República Populista (1946-1964) revelou-se um período crucial para o Ensino Superior, havendo um crescimento do número de universidades: de 5 instituições em 1945, passou-se a 37 em 1964. Entre as instituições criadas, ressalta-se a Universidade de Brasília (UnB), em que Anísio Teixeira, mais uma vez, e Darcy Ribeiro estiveram à frente, cujo destaque é em função de sua vocação científica e estrutura organizacional e curricular integrados: pela primeira vez uma universidade nascia não do agrupamento de escolas e faculdades, regra para todas as instituições universitárias já citadas aqui. Infelizmente, o Golpe de 64 pôs abaixo toda o arrojo e inovação da UnB, com episódios lamentáveis de perseguição político-ideológica e interferência gerencial.<br />
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A partir daí muita água passou por debaixo da ponte da educação superior: reforma universitária, ditadura militar, redemocratização política, inflação, privatização e recentemente expansão e democratização de acesso. História pra muitos livros, artigos e postagens. O importante aqui é problematizar a problemática questão da universidade no Brasil, como já referido. Em vista de sua constituição histórica, é possível dizer que o Brasil teve seus primeiros exemplares de universidade com o ajuntamento de instituições com vocações estritamente profissionais e distintas, no que diz respeito a objetivo, uma das outras? Em outras palavras, conceitualmente essas instituições eram verdadeiras universidades? Aceitando que uma instituição digna desse nome só existe assentada no tripé ensino-pesquisa-extensão, dificilmente diremos sim à pergunta feita. E aí surge outra indagação: qual teria sido a verdadeira primeira universidade brasileira? Caberia um exame de qual delas teria incorporado os valores da missão tripla.<br />
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Em suma, para estudarmos a gênese da universidade brasileira, é preciso ir além das datas de criação, fundação, instituição ou regulamentação, como se nascessem prontas, por vontade divina. Na verdade, são instituições ainda em evolução, tentando-se adaptar ao seu <i>habitat</i>. Papo para depois...<br />
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<span style="font-size: x-small;">¹ Fernando Seabra Santos & Naomar de Almeida Filho. A quarta missão da Universidade: internacionalização universitária na sociedade do conhecimento. Brasília: UnB, 2012.</span></div>
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<span style="font-size: x-small;">² Boaventura, Edivaldo. A Construção da Universidade Baiana: Objetivos, Missões e Afrodescendência. Salvador: EDUFBA, 2009, p. 83.</span></div>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7862443578943339468.post-10049189094466840742013-04-29T19:23:00.002-03:002013-04-30T11:29:03.384-03:00o começo<div style="text-align: justify;">
Intuitivamente, tendemos a relacionar o ensino superior com o crescimento econômico e desenvolvimento social, seja pela formação profissional, pela pesquisa científica ou via extensão universitária. Também a retórica oficial dos governos é da valorização dos sistemas de ensino e investigação, e sobretudo a própria Academia está constantemente pensando e repensando sobre si mesma, suas funções e compromisso social. A produção do conhecimento nesse tema, no entanto, parece não acompanhar a dimensão estratégica referida anteriormente: há no Brasil somente um programa de pós-graduação <i>stricto sensu</i> estritamente voltado para o tema da educação superior, o de Estudos Interdisciplinares sobre a Universidade, oferecido na Universidade Federal da Bahia, e poucos são os programas em Educação que o abordam como linha de pesquisa.<br />
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Em face dessa condição, movido por um forte desejo de estudar e escrever sobre a Educação Superior, e assentado na justificativa da relevância social e econômica desses estudos, nasce o blogue <i style="font-weight: bold;">a superior educação</i>, adotando-a como objeto de reflexão, através de relatos de pesquisa, notícias e, por que não, anedotas e curiosidades, contribuindo um pouco para a difusão dos estudos sobre o tema.</div>
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